💸 Porque e Como Investir no Exterior

Dinheiro & Liberdade #003

Você já considerou expandir seus horizontes de investimento para além das fronteiras do Brasil?

Nesta edição de Dinheiro & Liberdade, vamos explorar tudo o que você precisa saber para iniciar nos investimentos internacionais.

No texto do último sábado (link), falei sobre como o dinheiro se relaciona com a liberdade. Dinheiro por si só não é Liberdade, mas ele pode ser o principal veículo pra construí-la, para “comprá-la” pouco a pouco.

Neste texto também falei que para usar o dinheiro de forma a adquirir liberdade, devemos direcioná-lo para a compra de ativos.

Esses ativos terão a responsabilidade de nos substituir na função de geração de renda ao longo do tempo.

E, pensando que essa construção de patrimônio financeiro não se dá do dia para a noite, o que nos resta é montar um arsenal de ferramentas que justamente nos beneficiem no médio e longo prazo.

É aqui que entra o papel dos investimentos internacionais. Na newsletter de hoje você vai:

  • entender a importância de se investir fora

  • entender porque essa estratégia faz ainda mais sentido para prazos maiores

  • descobrir quais eram obstáculos que impediam os brasileiros de investir fora e como eles caíram por terra

  • como iniciar suas alocações em moeda forte de uma forma simples e metódica

Fica comigo pelos próximos minutos e você aprenderá o essencial para ser menos um na estatística de investidores concentrados 100% no Brasil.

1. Por que Investir Internacionalmente?

A concentração no Brasil pode pesar a sua carteira

Investir no mercado internacional pode trazer uma variedade de vantagens e benefícios significativos. Eu cito como elas impactaram a dinâmica na carteiras dos clientes que já adotaram os investimentos offshore para uma parte da carteira em um post do Linkedin (link).

Vamos aprofundar nos principais benefícios:

  1. Diversificação de riscos:

    Se destaca como uma estratégia essencial para mitigar potenciais perdas, distribuindo os investimentos em diferentes áreas e regiões. Além disso, o investimento internacional proporciona acesso a mercados e setores que talvez não estejam disponíveis ou sejam limitados no ambiente local.

  2. Proteção contra flutuações cambiais:

    Com uma carteira de investimentos diversificada geograficamente, você pode se beneficiar das variações cambiais, que podem, por sua vez, influenciar positivamente o valor dos seus investimentos.

  3. Acesso a novas oportunidades: 

    O mercado americano oferece uma gama mais ampla de investimentos, como ações de empresas inovadoras e disruptivas, que podem não estar disponíveis no Brasil.

    Na verdade, raros são os casos de empresas brasileiras que estejam na vanguarda de alguma nova temática global.

    Isso permite que você explore novas oportunidades de crescimento e diversifique ainda mais seu portfólio.

  4. Um novo patamar de governança, informações e aprendizado:

    Pegando como principal referência o mercado americano, temos um cenário em que o público investidor já está mais ambientado com o mercado financeiro.

    Nasdaq e NYSE, as duas principais bolsas de ações americanas, são instituições centenárias, que já passaram pelos mais variados eventos, de fraudes à crises econômicas e guerras.

    É natural pensar que seus sistemas e processos atualizaram após todos esses aprendizados. Quando investimos em um mercado como esse, naturalmente ganhamos conhecimento relevante para qualquer investidor de longo prazo.

E por falar em longo prazo, vamos agora falar do porque os investimentos internacionais funcionam melhor nesse horizonte de tempo.

2. Adicionando os benefícios de longo prazo

O tempo é um aliado fundamental para quem investe no exterior, especialmente no longo prazo.

Antes de te mostrar os benefícios claros dos investimentos fora do Brasil para o longo prazo, é válido entender como o fator tempo deve ser considerado na escolha dos seus investimentos:

De início, pense sob a ótica de restrição. Se tivermos retrição de tempo (menos de 3 anos), com o que devemos cuidar nos nossos investimentos?

  1. Evitar ou diminuir os custos fixos/unitários:

    No mercado financeiro, como em qualquer outro, não há almoço grátis.

    Porém, a dinâmica com que gastamos com taxas ou tributos pode variar de forma relevante.

    Existem tributos sobre o lucro (I.R.), mas também existem tributos de cobrança unitária, baseada no volume de capital movimentado (IOF para câmbio).

    O custos ao investir também podem ter perfis diferentes. Veja só, a taxa de administração de fundo de investimentos tradicional, aqui no Brasil, é cobrada de maneira pró-rata.

    Portanto, o investidor de um fundo tem o seu retorno já diluído desse custo, o qual é calculado diariamente e cobrado pelo período que ele se manteve cotista do fundo.

    Outros podem não considerar o tempo investido. Veja o caso do custo do câmbio. Você o paga obrigatoriamente para cada envio ou retorno de moeda para o estrangeiro.

    Em resumo, você não quer gastar com o spread de câmbio + IOF (0,38% do valor cambiado) a todo momento. Para isso, quanto mais tempo você ficar investido(a) lá fora, mais você dilui esses custos, os trazendo a níveis muito menos relevantes com o passar dos anos.

    Supondo um spread cambial de 1,5% e IOF para fins de investimentos de 0,38% (taxa atual):

    Ex¹: envia o recurso e retorna ao fim de 1 ano = custo anual de 2,26%.
    Ex²: envia o recurso e retorna ao fim de 10 anos = custo anual de 0,226%.

  2. Evitar volatilidade:

    O curto prazo nos exige previsibilidade. Não adianta você escolher a melhor ação da próxima década se nos poucos meses em que você esteve investido ela dar retorno negativo.

    O ponto principal aqui é que não devemos utilizar investimentos fora do Brasil para objetivos financeiros de curto prazo que devem ser pagos em reais.

    Parece muito lógico, e é mesmo. Porém, muito investidores tem dificuldade de segmentar sua carteira com base em diferentes metas. Muitas vezes olham investimentos como se fosse um jogo de uma cartada única, que resolvesse todas suas demandas.

    Bem, se o prazo que temos é curto e buscamos previsibilidade em reais, a melhor opção é permanecer na renda fixa do Brasil. Ao concentrar a parte mais previsível da carteira no Brasil, isso permite uma alocação menos conservadora, dentro do limite de risco do investidor, nas bolsas americanas.

Agora que vimos razões restritivas para não utilizar investimentos no exterior para investimentos de curto prazo, vamos olhar como o capital investido lá fora pode ter seu retorno potencializado em prazos maiores.

  1. Histórico de Valorização Consistente:

    O mercado acionário americano possui um histórico de valorização superior ao do mercado brasileiro, mesmo diante de crises e flutuações. Isso se deve ao dinamismo da economia americana, que não deixa de surfar novas ondas de inovação e geração de valor.

    Agora olhando as ações sob outra ótica, o gráfico abaixo mostra os retornos de diferentes ativos ao longo de mais de dois séculos nos Estados Unidos. Se pegássemos apenas janelas de 1 a 5 anos, seria difícil tirar conclusões, correto?


    Famoso gráfico em “Investindo em Ações no Longo Prazo”, de Jeremy Siegel.


    Baseado no gráfico novamente, não por menos o autor escreve sobre como investir em ações para o longo prazo. Esse é benefício de um mercado tão maduro, em que as estatisticas nos auxiliam na tomada de decisão.

  2. O poder da moeda forte: 

    Falamos sobre o benefício de diversificação e proteção das oscilações do dólar contra o real. No curto prazo, estamos apenas nos protegendo das incertezas.

    Quando olhamos o longo prazo, ainda que sem garantia de nada, temos novas evidências estatísticas que, como no casos das ações, podem nos ajudar.

    Gráfico de 5 anos do Dólar/Real


    Tivemos o dólar andando “de lado” contra o real nos últimos anos, mas conforme aumentamos a janela de análise, vemos um dólar ganhando 30,44% mais valor contra o real nos últimos 5 anos.

    Isso para não falar no fato de que nossa moeda é ainda um bebê perto do secular dólar. Começamos uma relação “1×1” no fim da década de 90 e, entre altos e baixos, nos acostumamos com um dólar cada vez mais caro aos brasileiros com o passar desses 30 anos.

Dito isso, pense comigo:

Não faz sentido aliar o poder da bolsa de valores mais madura e ao mesmo tempo inovadora do mundo com um das moedas mais resilientes da economia global?

3. Os obstáculos que já tiramos do caminho

As barreiras que dificultavam o investimento no exterior para brasileiros foram derrubadas:

  • Abertura de Conta Simplificada: Diversas corretoras brasileiras e internacionais facilitam a abertura de conta no exterior, muitas vezes de forma online e rápida. Os valores mínimos que antes eram impeditivos, agora foram flexibilizados, possibilitando investidores de todos os tamanhos acessarem o mercado internacional

  • Custos Reduzidos: As taxas cobradas pelas corretoras para transações internacionais diminuíram significativamente, tornando o investimento mais acessível.

  • Plataformas Intuitivas: As plataformas online das corretoras oferecem interfaces amigáveis e intuitivas, facilitando a gestão dos seus investimentos, mesmo à distância.

  • Segurança Robusta: Os investimentos em corretoras internacionais respeitáveis são protegidos por leis e regulamentações rigorosas, garantindo a segurança do seu patrimônio. Como exemplo, o FDIC garante os depósitos em contas bancárias em dólar até o valor de USD 250 mil.

Outra preocupação era com as questões tributárias. Tivemos simplificações recentes, como a fixação do imposto de renda com alíquota de 15% para os rendimentos auferidos no exterior, com pagamentos anuais na declaração de ajuste do Imposto de Renda.

Além disso, muitas plataformas online já estão preparadas para te entregar as documentações praticamente prontas para declaração ou pagamento de Imposto de Renda.

4. Como começar?

O primeiro passo para investir internacionalmente é abrir uma conta em uma corretora que ofereça acesso a mercados estrangeiros. Além dos custos, é crucial checar a disponibilidade de ativos e a qualidade do atendimento ao cliente ao escolher uma corretora.

Uma vez que você tenha aberto sua conta em uma corretora internacional, você tem mais 2 passos:

  1. realizar o câmbio real → dólar.

  2. explorar os diferentes tipos de ativos disponíveis para investimento.

Isso inclui ações de empresas estrangeiras, ETFs (fundos de índice negociados em bolsa), títulos de renda fixa (bonds), fundos mútuos e muito mais.

Cada tipo de ativo tem suas próprias características e riscos, então é importante se atentar a essas condições e ao seu perfil de risco.

Uma estratégia que pode facilitar seu início no mercado internacional é estabelecer uma entrada “parcelada”.

Nas compras de ações, os americanos chamam isso de “DCA” ou dollar-cost-average. Nada mais é do que preferir pegar um capital e dividi-lo para entrar pouco a pouco ao longo de um período maior ao invés de fazer tudo numa tacada só.

Na Expertise Investimentos, eu atuo em conjunto do nosso Head de Investimentos Internacionais, Bixio Farei Campagna, um suíço que além de muito gente boa é um exímio especialista com mais de 26 anos dedicados ao mercado internacional.

Nós auxiliamos nossos clientes na adoção das diferentes estratégias e escolha dos ativos que compõem as carteiras.

Aliás, ele recentemente escreveu no Linkedin sobre o momento dos juros nos Estados Unidos e sobre como o investidor pode aproveitar também a renda fixa por lá (link).

O Mundo é seu Campo de Investimento

Ao investir internacionalmente, você está expandindo suas oportunidades de crescimento e construindo uma carteira mais robusta e resiliente.

Com o acesso fácil a mercados globais e uma variedade de ativos disponíveis, agora é mais fácil do que nunca diversificar sua carteira e buscar oportunidades de investimento em todo o mundo.

Lembre-se de realizar uma pesquisa cuidadosa, estar ciente dos riscos envolvidos e manter uma visão de longo prazo para alcançar o sucesso em seus investimentos internacionais.

Espero que este guia inicial sobre investimentos internacionais tenha sido útil e informativo.

Se você tem interesse e gostaria de entender melhor como adicionar a estratégia internacional à sua carteira, não deixe responder a esse e-mail, será um prazer ajudar.

Até o próximo sábado!

André Pauletto

👀 O que vi e ouvi de melhor essa semana 🎧

🎵 Black Pumas - Confines (ouvindo enquanto escrevo a News) - link
📖 Lemlist - Personal Branding School - link
Concluí que Personal Branding é uma das melhores formas de alavancar nossos resultados pessoais. Em última instância, construirmos nosso próprio nicho. Esse curso está me ajudando a criar essa estratégia pela via do Linkedin.