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Teste do Travesseiro e seus Investimentos
Dinheiro & Liberdade #027
Dias atrás, recebi uma ligação de uma cliente.
Ela estava ansiosa com a queda que alguns fundos imobiliários tiveram neste último mês.
Não tenha dúvida, sempre que algo do tipo acontece, eu, como assessor dos investimentos dela, preciso assumir a responsabilidade.
Ela mesma havia demonstrado interesse em ter uma parte da carteira alocada em fundos imobiliários, pelo perfil de geração mensal de renda isenta de imposto.
Esse interesse e a aparente aptidão dela se alinhavam à nossa visão macroeconômica e de alocação de ativos no escritório. Temos utilizado esses fundos em muitas carteiras, sempre respeitando o perfil do investidor.
Na teoria, é sempre mais simples:
Ela havia demonstrado interesse em ter uma fatia até maior do que eu considerava adequada para a carteira dela. Por isso, pontuei essa questão e reduzimos a exposição inicial;
Tivemos uma reunião em que expliquei o perfil de risco dessa classe de ativos;
Ela concordou com a decisão, e iniciamos com uma carteira de fundos imobiliários diversificada, evitando concentrar em apenas um ou dois setores.
Mesmo com todos os cuidados acima, a vida real é outra história. A realidade é sempre soberana.
E olha só, a construção de uma carteira é assim mesmo.
É um processo.
É uma descoberta gradual da real aptidão ao risco do investidor e atualização constante da carteira com base nisso, no cenário macroeconômico, além de novas informações pessoais em termos de necessidade de liquidez e objetivos financeiros do(a) investidor(a).
O Teste do Travesseiro

Há muitos anos, ouvi pela primeira vez a expressão "teste do travesseiro".
A mensagem é muito simples:
Sua carteira deve ter o nível de risco adequado para que você possa colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente à noite.
Nunca se engane quanto a isso.
O dinheiro deve trabalhar por você, e não o contrário.
E, não menos importante: ele deve te servir, não te causar dor de cabeça.
Uma carteira que ultrapasse sua aptidão ao risco só serve para trazer potenciais prejuízos financeiros e estresse mental.
Colocando a Casa em Ordem
Veja bem: a percepção de risco é influenciada pelo conhecimento e pelas experiências pessoais de cada um.
Experiências passadas nos ensinam como foi a reação do investidor a situações vividas na prática.
O conhecimento nos permite aprender com as experiências dos outros e simular ou presumir o impacto das nossas próprias ações.
Veja como tratei com minha cliente a ansiedade dela em relação à oscilação da carteira:
Entendendo o cenário:
Conversamos pessoalmente para entender o cenário que ocasionou a oscilação dos ativos.
No caso dela (fundos imobiliários), tivemos um mês com abertura da curva de juros, o que significa que os juros esperados para o médio e longo prazo estão agora ainda mais altos em relação aos juros de curto prazo.
E quando taxas de juros esperadas para muitos anos a frente sobem, os preço dos ativos que se beneficiam de juros mais baixos caem.
Assim, sabemos que juros altos por muito tempo não são benéficos para o mercado imobiliário.
Dinheiro mais caro → menos apetite ao crédito e financiamento de longo prazo → menor demanda por imóveis.Esse ciclo afeta toda a cadeia do setor imobiliário e, como o mercado financeiro é o primeiro a precificar tudo, o investidor vê, em tempo real, a oscilação dos ativos a partir dessas mudanças de expectativas.
O mercado financeiro é apenas a ponte:
Veja, o mercado financeiro surgiu da necessidade de conectar duas pontas importantes do mercado monetário: o tomador e o emprestador de capital.Desde então, esse mercado tem se desenvolvido para criar os mais variados instrumentos que facilitam as transações entre credores e devedores, entre projetos e investidores.
Esses instrumentos são uma inovação tecnológica, um facilitador que nos permite acessar ativos do mercado real de forma mais simples, rápida e segura.
Para minha cliente, os fundos imobiliários representam uma forma simples e rápida de, com o toque de alguns botões, investir em imóveis e colher os benefícios desse tipo de investimento sem a dor de cabeça de fazer tudo isso sozinha no mercado real.
Assim, para o caso da minha cliente, o simples momento em que eu a relembrei de que por trás dos códigos de ativos da bolsa haviam portfólios realmente constituídos de imóveis reais ou papeis com lastros em ativos imobiliários do mercado real, tudo acalmou.
É natural: se ela tivesse o mesmo valor alocado em um apartamento na sua cidade, talvez não estivesse tão ansiosa.
E digo mais - mesmo que este apartamento estivesse vago, precisando de uma reforma e em uma região não muito atrativa da cidade - ainda assim eu imagino que ela estaria mais confortável por dois motivos:
a - ela já tem maior conhecimento e experiência passada com o imóvel próprio. Ela sabe até que ponto o buraco pode aumentar. É o famoso “pior que tá, não fica”.
b - não há uma tela mostrando, em tempo real, quanto seu patrimônio está caindo ou aumentando naquele momento.Ajuste de classes de ativos na carteira:
Nem os fundos imobiliários, nem nenhuma classe de ativos, deve ser obrigatória na carteira de ninguém.
A aptidão e capacidade à tomada de risco, a necessidade de liquidez e os objetivos financeiros vão ditar a montagem da carteira sempre.
A partir disso, consideramos o cenário macroeconômico e passamos para a escolha de ativos.O retorno potencial de uma carteira de fundos imobiliários pode ser alcançado, de maneira aproximada e ajustada pelo risco, por uma alocação de renda fixa atrelada à inflação.
Revisando a estratégia com a investidora, decidimos não diminuir a carteira de fundos imobiliários de imediato. Em vez disso, aumentaremos gradualmente a posição de ativos de renda fixa atrelados à inflação nos próximos aportes.
O aconselhamento profissional nos investimentos serve pra isso. Deve ter um caráter educativo e ao mesmo tempo responsável e personalizado.
Se mesmo eu, que há quase 10 anos não só invisto como trabalho no mercado, também me considero um investidor em constante formação.
Reajo a decisões passadas e novas informações constantemente. Novos estágios da vida demandam um novo direcionamento financeiro e da carteira de investimentos.
Imagina que seja parecido aí, contigo.
Obrigado por mais uma leitura!
E se achar que posso te auxiliar com seus investimentos de qualquer forma, basta me responder a esse e-mail ou acessar os links ao final desta edição para marcar um diagnóstico gratuito.
André Pauletto.
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