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Ciclo de Vida do Investidor: Como Ajustar Sua Carteira ao Longo dos Anos
Dinheiro & Liberdade #23
Investir é uma jornada que dura a vida toda, mas à medida que atravessamos diferentes fases dessa jornada, nossos objetivos e prioridades mudam.
O que serve para um investidor jovem pode ser desastroso para alguém se aproximando da aposentadoria. É por isso que ajustar sua carteira de investimentos ao longo dos anos é essencial para maximizar ganhos e mitigar riscos, garantindo que seu dinheiro trabalhe para você em cada etapa da vida.
Nesta edição, vamos explorar como você pode adaptar suas estratégias de investimentos conforme as diferentes fases do ciclo de vida. Aqui estão os principais aprendizados que você levará desta leitura:
Como identificar as mudanças nos seus objetivos financeiros em diferentes fases da vida
Os ajustes necessários na sua carteira em cada estágio: acumulação, preservação e distribuição de riqueza
Como gerir o risco ao longo do tempo e manter o equilíbrio adequado entre segurança e crescimento
A importância de reavaliar periodicamente seu portfólio e a necessidade de diversificação ao longo dos anos
Estratégias práticas para proteger seus ativos e garantir uma aposentadoria tranquila
Se você está começando a investir agora ou já tem uma longa trajetória, entender o ciclo de vida do investidor e ajustar sua carteira pode fazer toda a diferença para alcançar a liberdade financeira.
1. A Fase de Acumulação: O Começo da Jornada
Ainda que tenhamos um viés de alocação do capital financeiro para o texto de hoje, lembro que o primeiro e mais importante investimento é sempre em você! Ainda mais (mas não apenas) quando estamos no início de nossa carreira e queremos adquirir habilidades e qualidades valiosas para nosso crescimento.
Agora olhando para os investimentos, a primeira fase do ciclo de vida do investidor é a fase de acumulação. Geralmente, esta fase ocorre durante a juventude e início da vida adulta, quando os investidores estão focados em construir sua base financeira e aumentar sua renda ao longo do tempo.
Este é o período em que o foco é maximizar o crescimento de capital. É preciso também muita disciplina para entender que você está montando algo de muita relevância para sua vida e no longo prazo, mas inicialmente verá apenas os primeiros tijolos dessa construção sendo colocados um acima do outro.
Características desta fase:
Maior tolerância ao risco: Jovens investidores têm um horizonte de tempo mais longo, o que permite que eles assumam mais riscos em busca de maiores retornos. Isso significa que uma parcela significativa de sua carteira pode estar alocada em ativos mais voláteis, como ações. Aqui é importante salientar que poder não é dever, portanto ter a capacidade de tomar mais risco pelo horizonte mais longo não deve sobrepor a sua aptidão à tomada de risco.
Contribuições regulares: Com uma fonte de renda ativa, o investidor nessa fase está fazendo contribuições constantes e regulares aos seus investimentos, sejam eles em ações, fundos ou outros ativos. A fatia de maior relevância da sua carteira será ainda constituída pelo aporte e não pela rentabilidade, e tá tudo certo para esta fase.
Objetivo de crescimento: A prioridade aqui é fazer o dinheiro crescer, não necessariamente preservar ou retirar.
Estratégias para a fase de acumulação:
Investimentos em ações e fundos de ações: Por ter um horizonte de tempo longo, o investidor pode investir em ativos de alto crescimento, como ações de empresas em setores promissores ou fundos de ações.
Investimentos internacionais: independente da classe de ativos, você pode adicionar uma alocação de longo prazo no exterior em moeda forte. Há bolsa nos EUA tem ótimo desempenho histórico e você ainda se protege da alta do dólar. (Veja meu post completo sobre investimentos no exterior).
Previdência Privada: No PGBL você que tem renda tributável pode utilizar esse veículo para ter deduções relevantes no imposto de renda ano a ano e ao mesmo acumular capital de longo prazo. O VGBL tem regras diferentes mas também pode ser uma estratégia relevante. Eu falo sobre como a Previdência Privada é erroneamente subvalorizada neste post.
Aproveitar os juros compostos: Quanto mais cedo o investidor começar, mais os juros compostos atuarão a seu favor.
Diversificação: Embora o foco seja em crescimento, é importante manter alguma diversificação para reduzir o impacto de volatilidades excessivas. Além disso, o primeiro estágio da carteira de investimentos é a reserva de emergência, que vai trazer liquidez para urgências e oportunidades.
2. A Fase de Consolidação: Protegendo o Que Foi Construído
A fase de consolidação geralmente começa no meio da vida adulta, quando o investidor já acumulou uma quantidade significativa de ativos e está mais próximo de atingir seus principais objetivos financeiros, como comprar uma casa ou garantir a educação dos filhos. Nessa fase, o foco muda de crescimento agressivo para a proteção do patrimônio e crescimento moderado.
Características desta fase:
Maior necessidade de segurança: Com a aposentadoria se aproximando, o investidor deve começar a proteger seus ativos, reduzindo gradualmente o risco.
Equilíbrio entre crescimento e proteção: A meta é continuar crescendo, mas com uma ênfase maior em preservar o capital acumulado até o momento. Você começa a escalonar os vencimentos dos seus ativos de renda fixa conforme sua idade.
Estratégias para a fase de consolidação:
Aumento da alocação em renda fixa: A esta altura, o investidor deve começar a aumentar sua exposição a ativos menos voláteis, como títulos de renda fixa e fundos imobiliários.
Investimentos em ativos geradores de renda: Além de proteger o capital, pode ser interessante que o investidor busque ativos que gerem uma renda passiva estável, como dividendos ou aluguéis de fundos imobiliários. Isso não é essencial, pois a geração de liquidez para o investidor também pode ser feita simplesmente ajustando o tamanho da parcela de ativos de liquidez da carteira ano a ano.
Rebalanceamento periódico da carteira: Ao longo do tempo, alguns ativos podem se valorizar mais que outros, desequilibrando a alocação original. O rebalanceamento permite que o investidor realoque seus investimentos para manter a proporção desejada entre as diferentes classes de ativos.
3. A Fase de Preservação: Foco Total em Segurança e Renda
A fase de preservação ocorre quando o investidor se aproxima ou entra na aposentadoria. Neste ponto, a principal prioridade é garantir que o dinheiro acumulado seja suficiente para durar o resto da vida, enquanto ainda gera renda suficiente para cobrir as despesas de vida.
Características desta fase:
Baixa tolerância ao risco: O investidor não pode mais se dar ao luxo de perder grandes quantias de dinheiro, pois não tem tanto tempo para se recuperar de eventuais quedas.
Foco em renda estável: Em vez de buscar crescimento agressivo, o objetivo é gerar uma renda estável a partir dos ativos existentes.
Proteção contra inflação: É importante que o investidor proteja seu poder de compra contra a inflação, mesmo estando mais conservador. É necessário um olhar à rentabilidade líquida e REAL (acima da inflação) da carteira.
Estratégias para a fase de preservação:
Títulos de renda fixa e fundos de renda: Ativos como títulos do governo e fundos de renda fixa de alta qualidade são essenciais para garantir estabilidade e uma renda previsível. Pós-fixados e atrelados à inflação tendem a ser relevantes nesta fase da carteira.
4. A Fase de Distribuição: Vivendo da Renda Gerada pelos Ativos
Na fase de distribuição, o investidor já está totalmente aposentado e vivendo da renda gerada pelos seus investimentos. Este é o ponto em que as retiradas se tornam parte do planejamento financeiro, e o foco principal é garantir que o dinheiro dure pelo resto da vida, enquanto mantém um nível de vida confortável.
Características desta fase:
Planejamento de retiradas e foco em liquidez: O investidor precisa ser estratégico quanto às retiradas para não esgotar seus recursos cedo demais. Entenda sobre essa fase aqui.
Gestão de riscos sucessórios: Nesta fase, muitos investidores começam a pensar em como distribuir seu patrimônio para seus herdeiros de forma eficiente. O investidor tem um olho no usufruto do seu patrimônio e outro na organização da sucessão.
Estratégias para a fase de distribuição:
Retiradas sustentáveis: Uma regra geral é retirar cerca de 4% do portfólio por ano, ajustando conforme a inflação e outras variáveis.
A importância da liquidez: Manter uma parte significativa da carteira em ativos líquidos é essencial para cobrir despesas inesperadas. Não indico focar em ter apenas ativos voláteis que geram renda, como FII’s e Ações. Eles devem ser complementares.
Previdência Privada: Se, como demonstrado na fase 1, você utilizou a previdência privada na sua estratégia de acumulação, a esta altura você tem um bom capital em um veículo eficiente do ponto de vista tributário e sucessório.
Planejamento sucessório: Ferramentas como seguros de vida, fundos fechados, holding (para ativos não financeiros) e doações em vida podem ajudar a distribuir o patrimônio de maneira eficiente e com menos impostos.
Reavalie sua Estratégia Periodicamente
Cada fase do ciclo de vida do investidor exige uma abordagem única. No entanto, o aspecto mais importante de toda essa jornada é a reavaliação periódica. O mercado muda, os objetivos mudam, e sua carteira também deve se adaptar.
O mais importante não é prever o futuro do mercado, mas sim garantir que seus investimentos estejam alinhados com suas necessidades e prioridades em cada fase da sua vida.
🤝 Como eu posso te ajudar:
A Expertise Investimentos conta com assessores qualificados para andar ao lado dos investidores na jornada de acúmulo de patrimônio.
Além disso, nosso time conta com especialistas nas seguintes áreas:
- Renda Variável: Especialista dedicado à parcela de bolsa de valores da carteira;
- Investimentos Internacionais: Bixio Campagna é o nosso especialista com mais de 25 anos de experiência fazendo mercados internacionais na Europa.
- Gestão de Risco: Nosso time foi premiado no ano passado pelo trabalho feito protegendo vidas e patrimônio dos clientes.
- Planejamento Patrimonial e Sucessório: Contamos com parceiros para executarmos os melhores instrumentos e trazer eficiência tributária e sucessória para seu patrimônio.